Terroir do café: O que é e qual é a influência no sabor?

Um bom apreciador de café sabe diferenciar os aromas e os sabores característicos de uma bebida feita com qualidade e maestria, e conhecer o terroir dessa bebida é uma das principais formas de se aperfeiçoar nessa diferenciação. Mas afinal, o que é terroir e qual sua influência no café?

O chamado terroir do café é basicamente um conjunto de fatores que afetam o resultado final da bebida, em especial os naturais, como a forma de plantio e o que foi utilizado nesse processo. Além disso, a origem dos grãos é um dos pontos que influenciam nessa singularidade.

Se você quer entender mais sobre o que é o terroir do café e como ele influencia nessa tão amada bebida, este artigo é perfeito para você! Separamos as principais informações sobre esse tema, além das diferentes origens dos grãos no país. Confira!

O que é terroir?

Como mencionamos anteriormente, o terroir é formado por um conjunto de fatores que influenciam na produção do café, como o solo, o relevo, a temperatura e até mesmo a influência humana nesse processo agrícola e no que ocorre após a colheita com os grãos.

O termo é bastante popular entre os amantes de vinhos e vem sendo utilizado dentro do ramo dos cafés especiais para diferenciar os tipos de grãos e suas características particulares.

A produção de um café pode ser afetada de diversas formas pelos fatores que mencionamos acima, indo além de uma simples influência externa e afetando geneticamente os grãos.

Assim, cada tipo de grão tem suas características próprias em razão desses fatores que os cercam durante a sua produção.

Qual é a influência do terroir no sabor do café?

A qualidade final da sua bebida, bem como seu sabor e aroma, podem ser diretamente influenciadas pelo terroir, ou seja, pela forma de plantio, práticas pós-colheita e, principalmente, a origem territorial do grão.

Dessa forma, o seu café carrega consigo características provenientes da região de origem. A região do Espírito Santo, por exemplo, abriga o plantio do café robusta, em razão do seu clima mais quente.

Já os grãos arábica são cultivados em locais com climas mais amenos e sem picos de temperatura e, por isso, eles têm um sabor mais suave e adocicado em relação ao café robusta, mais amargo e encorpado.

Assim, as propriedades do solo onde o café está sendo plantado influenciam diretamente no resultado final, como por exemplo no sabor adocicado da bebida.

Quais são as principais origens do café que tomamos?

Você já entendeu o que é o terroir do café e como ele pode influenciar no resultado final daquele café especial que você tanto aprecia, mas ainda pode querer saber mais sobre o assunto.

Por isso, separamos as principais origens do café consumido diariamente pela maior parte dos brasileiros. Confira a seguir!

Cerrado Mineiro

A região do Cerrado Mineiro tem grandes altitudes e uma variação climática bastante favorável para o cultivo de cafés especiais, já que o verão é quente e úmido e o inverno não conta com picos de temperatura e é seco.

Esse contraste climático, combinado à altitude elevada da região torna o local perfeito para uma produção que tem o objetivo de criar bebidas com um terroir próprio e especial.

Assim, os cafés do Cerrado Mineiro possuem aroma intenso, muitas vezes voltados para o caramelo, sabor adocicado na medida certa com acidez delicada e uma intensidade moderada para manter a qualidade do produto.

Alta Mogiana

Os cafés produzidos na região da Alta Mogiana, no interior do estado de São Paulo, possuem um terroir único, muitas vezes aromatizados e com um sabor característico e uma ótima qualidade que não se pode negar.

A acidez da bebida é moderada e, combinada ao aroma marcante com notas frutadas e uma cremosidade única, formam um café de alta qualidade e sabor característico, muito procurado atualmente.

Outro fator que diferencia o café produzido na região da Alta Mogiana é a torra controlada e o processo de seca que favorecem a percepção da acidez na bebida.

Norte do Paraná

O Norte do Paraná é uma região bastante reconhecida pela produção dos seus cafés de alta qualidade, muitas vezes destinados à exportação para diversas regiões do mundo, além de, é claro, o consumo no Brasil.

A principal diferença dos grãos colhidos no Norte do Paraná é a maturação ideal para que a bebida tenha um toque aveludado e aroma bem intenso, facilmente perceptível entre outros tipos de cafés.

A acidez dos grãos é percebida de maneira moderada, para que não sobressaia o sabor adocicado, que é o protagonista nessa produção.

Bahia

A região da Bahia conta com uma climatização muito particular e favorável à produção cafeeira, uma vez que possui um inverno mais seco e temperatura mais elevada durante a maior parte do ano.

Esse é um dos principais fatores que levam o estado a ser um grande produtor de cafés aromáticos no país, além de contar com uma torra controlada para produzir uma bebida de qualidade elevada.

Uma característica marcante dos grãos produzidos na Bahia é que eles são adocicados na medida certa e bastante encorpados.

Espírito Santo

O estado possui um relevo muito característico, com predominância montanhosa por grande parte do Espírito Santo, o que torna a região altamente propícia à produção de cafés especiais.

O terroir marcante do Espírito Santo conta com uma forte aroma e acidez moderada para não acabar comprometendo a qualidade da bebida, tudo isso em decorrência da torra única que a região faz nos grãos.

Por fim, o resultado final da bebida é um café adocicado na medida certa e com uma qualidade excepcional.


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